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Intoxicação aguda:

 A toxicidade aguda do arsénio depende do seu estado de oxidação e da sua forma química, sendo que a toxicidade aguda do arsénio trivalente é maior que a toxicidade do arsénio pentavalente [8].

 

 A dose letal do arsénio inorgânico é de 1-3 mg/kg, num adulto [8].

 

 Este tipo de intoxicação está associado à ingestão de água e alimentos [2].

 

 Uma toxicidade aguda grave com arsénio, em humanos, exprime-se por: desconforto gastrointestinal, vómitos, diarreia, sangue na urina, anúria, choque, convulsões, coma e morte [8].

 

 Após uma exposição a doses elevadas de arsénio, aparece ao fim de 1 a 2 semanas, perda de sensibilidade que é reversível quando deixa de haver exposição. Alguns dias após a exposição surge anemia e leucemia, nomeadamente granulocitopenia que também é reversível quando a exposição cessa [2].

 

 O gás arsina é um agente hemolítico que, quando inalado, causa sintomas de vómitos, náuseas, dificuldades respiratórias e cefaleias. Em 25% dos casos a exposição a arsina é fatal e pode ser acompanhada por hemoglobinúria, icterícia e falência renal. Poderá ocorrer também anemia, quando a exposição ao gás arsina é contínua [2].

Intoxicação crónica:

 A exposição crónica ao arsénio inorgânico afeta muitos sistemas do organismo [8].

 

 As lesões cutâneas, como hiperpigmentação, hipopigmentação e hiperqueratose, são umas das principais características da toxicidade crónica provocada no homem pela exposição ao arsénio por via oral [8].

 

 A exposição prolongada a altos níveis de arsénio, contribui para o desenvolvimento de cancro na pele [2].

 

 Outras características relacionadas com a exposição crónica ao arsénio são:

  • Lesão hepática que pode evoluir para cirrose, ascite e carcinoma hepático [2].

  • Neuropatia periférica quando a exposição é a baixos níveis de arsénio inorgânico. Esta neuropatia inicia-se com alterações na sensibilidade das mãos e pés. Os nervos sensoriais e os motores são afetados, contribuindo para uma fraqueza muscular que se alastra dos músculos proximais para os distais [2].

Diagnóstico [2]:

  • Determinar arsénio na urina – numa exposição recente;

  • Determinar arsénio no sangue – 2 a 4 horas após ingestão;

  • Fazer radiografia ao abdómen – alguns constituintes do arsénio são radioativos, sendo visiveis na radiografia;

  • Pesquisar arsénio no cabelo – onde o arsénio ainda se encontra meses após exposição;

  • Pesquisar arsénio nas unhas – aparecimento de linhas de “Mees-Aldrich” 2 a 3 semanas após a exposição.

Tratamento:

Para intoxicação aguda:

  • Tratamento sintomático, com a reposição de fluidos e correção da pressão sanguínea [2];

  • Penicilamina ou succiner (ácido 2,3-dimecaptosuccinico) – remove o arsénio do organismo (quelante) [2];

  • Ácido dimercaptopropanosulfónico – tem menos efeitos secundários [2].

 

Para intoxicação crónica:

  • O uso de quelantes não é eficaz [2];

  • Diminuir a exposição ao arsénio [2].

2.            Liu, J., R.A. Goyer, and M.P. Waalkes, Toxic Effects of Metals, in Casarett & Doull's, Toxicology-The basic science of poisons, C.D. Klaassen, Editor. 2008, McGraw-Hill Companies, Inc: United States of America. p. 936-939.

7.            Hughes, M.F., Arsenic toxicity and potential mechanisms of action. Toxicology Letters, 2002. 133(1): p. 1-16.

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